November 2017

John McDonnell is right, borrowing for investment does pay for itself

By Michael Burke

The manufactured furore surrounding John McDonnell in the wake of the Budget has a clear purpose. It is designed to distract attention from probably the grimmest set of forecasts delivered in a Budget in the modern era and to deflect criticism from the Tory government.

This is not solely an anti-Labour, pro-Tory propaganda campaign. Contrary to widespread assertions, austerity is not coming to an end and is being deepened. Seven years of falling living standards are not over. The Institute for Fiscal Studies (IFS), very far from being a left-wing thinktank, says that living standards will be lower in 2023 than they were in 2008.

This is a doubling down on the failed policy of austerity. It is therefore important for all supporters of austerity to shift attention from the repetition of a policy that has already failed.

Borrowing to invest

The immediate focus of the criticism of Labour plans was the absence of a specified level of interest of government debt arising from Labour’s borrowing. This is perhaps one of the weakest grounds to attack.

This is because Labour’s Fiscal Responsibility Framework is committed to borrowing solely for investment, and balancing current or day-to-day spending on items such as health and education with current revenues which is mainly taxation.

As a result, all of Labour’s borrowing would have a return. The combined effect of borrowing at low interest rates and investing with much higher rates of return is a net boost government finances, which can be used to increase Investment further. The level of government deficits and debt will fall automatically as taxation revenues grow along with increased economic activity.

Currently, government borrowing over any time period (or debt ‘maturities’ in the jargon) costs less than 2%. This is below the level of inflation, which alone means that the borrowing makes sense. Yet, at the same, the returns to commercial investment are on average around 12%. Any government, or business, which can borrow at such low interest rates for such high investment returns would be foolish to pass up this opportunity. It is reckless and extreme that the Tories have passed up this opportunity.

Of course, no-one can possibly know what the level of interest rates will be in a few years’ time. But the official forecasts from the Office of Budget Responsibility (OBR) suggest only a minimal increase on government borrowing costs (the yields on UK government bonds, or ‘gilts’) over the medium-term.

This is shown in Chart 1 below, with the green line in Chart 3.10 representing the latest forecasts of long-term borrowing costs. These barely move above 2% over the medium-term.

Chart 1. OBR Expectations of UK Interest Rates

In financial markets there is a calculation used to highlight where interest rates are expected to be in a given number of years’ time. Currently, using this calculation of the difference between 10year gilt yields and 20year gilt yields implies a market expectation that in 10 years’ time, 10year interest rates will be 2.3%. None of these forecasts can be relied on for pinpoint accuracy. Instead, they are shown to illustrate the point that it is reasonable to assume that government borrowing costs remain subdued for some time to come.

Rates and growth

The fundamental point is that when economies grow strong and especially when there is a risk of inflation, all long-term interest rates tend to rise. If the economy is performing strongly, then the pressure on Labour to borrow for investment when it comes to office subsides to some extent. But that is not what any serious commentator, the OBR, IFS or Resolution Foundation thinks is likely.

Instead, government interest rates fell sharply in response to the grim Budget outlook. This should be read as a ‘market signal’ that borrowing for investment should increase. Bond markets could absorb a lot more borrowing before gilt yields were pushed back up even to their very low pre-Budget levels.

The commitment of the Fiscal Responsibility Framework means it is easy to gauge whether the borrowing is sustainable. The decisive criteria is whether the return on the borrowing exceeds the cost of borrowing. As noted above, the average commercial return on investment in the UK is around 12%, a large multiple of the current cost of borrowing. Only if the cost of borrowing rose above that level would it become unsustainable. This seems unlikely in the foreseeable future.

In reality, the net returns to government from the same investment as the private sector are actually significantly higher. To take a clear example, a private developer who builds homes might get a return of 10-12%. But the same returns are available to government for the same project, while the cost are lower. This is because in the course of construction, income tax and National Insurance is paid by builders and other workers (and there is a return on their consumption too via VAT). This is a return to government which is simply not available to the private sector.

So, John McDonnell is right, and his critics are wrong. Borrowing for investment not only makes sense, it more than pays for itself.

O Portugal: a esquerda no governo

Por Tom O’leary

A polemica recente sobre a politica económica no Portugal é muito importante porque tem importância para todos os grupos anti austeridades da esquerda. Os grupos da esquerda têm alcançado algo único no período atual, em que o governo do Portugal é o único que opera para terminar a austeridade. Nos termos mais generais, isto é o objetivo para o governo possível de Corbyn na Inglaterra, também deveria ser o objetivo para a esquerda completa da Europa, então precisa de observar o governo do Portugal.

O periodista que e famoso na Inglaterra que se chama Owen Jones começou a polemica com uma afirmação verdadeira que a experiência portuguesa demostra que a austeridade nunca era necessária. As políticas que sustentam o crescimento económico são mais preferidas e também causam uma redução do déficit publico entre outras vantagens. Uma variedade de pessoas criticou Jones incluindo Jolyon Maugham, um comentarista de Twitter que publicou muitos tuítes que apoiam completamente as ações da União Europeia com respeito ao Portugal.

 O tuíte é um modelo de brevidade, contem ao menos três errores em menos de 140 caracteres e, mais importante, os credores do Portugal foram resgatados pela UE, não o país. O governo do Portugal ainda tem as dívidas dessa época que pioraram devida ao programa da austeridade que as acompanharam. Se pode culpar a comissão da União Europeia, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu, os políticos portugueses (alguns do Partido Socialista que agora estão na coalizão da esquerda), as agências de notação de riscos de crédito, os bancos domésticos e internacionais, e claro, os credores. Como o partido politico da Inglaterra, os ‘Liberal Democrats’, Maugham não só defende a adesão à UE, senão também a austeridade que a UE perpetua.

A recuperação do Portugal não vem por causa da imposição do programa da austeridade, mas apesar das políticas da austeridade. Mas os questiones mais importantes para a esquerda agora são como a recuperação económica pode ser alcançada e pode ser mantida.

O desempenho económico

O FMI prevê um crescimento do PIB real de 2,1% no ano de 2017, o que pode ser a taxa mais forte desde a começa da crise em 2008. Mas a taxa de crescimento foi de 2,8% na primeira metade de 2017 comparada ao mesmo período em 2016, o que ultrapassa a UE ou a média da zona euro. Não há dúvida que o crescimento económico tem acelerado desde a coalizão entre os democratas socais e os partidos extremas da esquerda em 2015 e isto continua.

O crescimento do PIB do Portugal, ano por ano
Fonte: Eurostat

A primeira conclusão deveria ser que a terminação da austeridade não cause desastres. De fato, tem causado um crescimento acelerando e uma redução nos deficits públicos do setor publico. A segunda conclusão é que o governo da esquerda pode terminar austeridade apesar da UE e ainda a zona europa ao menos nas limitas certas.

O crescimento é limitado pela acumulação do capital, que é o crescimento nos meios de produção. Desde a coalizão da esquerda, o nível do investimento (a Formação Brutal de Capital Fixo) subiu 7,7% (dados pelo segundo quarto de 2017 já não é disponível). Durante o mesmo período, PIB real subiu ao menos da metade dessa taxa. Por isso o investimento causou o crescimento económico.

O governo contribuiu ao aumento no investimento, mas a contribuição mais grande proveram do setor privado. Os lucros previstos são o fator principal dos investimentos privados então é provável que as medidas do governo português para aumentar o consumo e o seu incremento modesto dos investimentos causaram o acréscimo dos níveis previstos do lucro. Em breve, as medidas de incentivo têm estimuladas a economia portuguesa.

É mais preferido e mais efetivo que a austeridade, mas não é sustentável para o futuro. O aumento ao consumo não se sustenta por um crescimento dos salários e das rendas. Eurostat reporta que a proporção das poupanças caseiras tem mergulhada. Essas cifras se-pode ver na tabela seguinte.

A proporção das poupanças caseiras, %:
Fonte: Eurostat

Essa redução nas poupanças caseiras e os níveis do consumo atual (causado pelo investimento do setor privado) não são sustentáveis. Os salários reais estão em queda e em certo ponto, sem o crescimento real nos salários e nas rendas, as casas vão limitar seus gastos.

Para sustentar a recuperação económica e aumentar os salários reais, o crescimento do investimento deveria aumentar por maneira sustentável. É improvável que o setor privado vai fornecer o investimento se os gastos dos consumadores fraquejem. Então, o governo tem de procurar maneiras no que pode aumentar o investimento do setor publico.

Sem mais conhecimento da economia portuguesa não é possível para produzir um plano para o investimento do setor publico. Não obstante, há uma variedade das fontes potenciais para fundos que incluem:

  • O numero de corporações que são públicos que podem aumentar seu investimento (usando as reservas ou os empréstimos novos
  • Os pedidos para a comissão europeia para acelerar/aumentar seu programa dos gastos do capital
  • A nova infraestrutura e outros projetos que o Banco Europeu de Investimento custeia
  • Os novos impostos para os super-ricos e as companhias grandes para pagar os investimentos
  • A remoção dos subsídios para os negócios para criar fundos para o investimento public
  • Quando é possível, empréstimos adicionais pelo governo

A escala do investimento que é necessário é muita grande. Em 2000 a Formação Bruta de Capital Fixo como uma proporção do PIB subiu 28%, mas agora representa quase metade dessa. Entretanto todos os passos nesta direção asseguram que a recuperação tem uma base mais sustentável.

O governo português da esquerda demostrou que existe um alternativo à austeridade, mas os incentivos não funcionam de longo prazo. Para sustentar a recuperação e mostrar que o alternativo à austeridade é o investimento, necessita-se os medias mais fortes.

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Este artigo é uma modificação do artigo que originalmente apareceu em inglês.